sábado, 16 de junho de 2012

Resenha: Ao Cair da Noite, Stephen King




K64a
King, Stephen
Ao Cair da Noite / Stephen King /; Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Tradução de: Just After Sunset, 398p.  ISBN 978-85-60280-89-6


     Este é um daqueles livros que, por ser coletânea de contos, acaba oferecendo um maior campo para sondarmos o estilo do autor. E no caso de Stephen King, escritor consagrado, isto tem um gostinho especial para o leitor. 
     A estrutura do livro oferece uma excelente variação de enredos. Temos o horror clássico, através do conto N. e nuances de romantismo e nostalgia (com cores melancólicas) na estória de Willa, por exemplo. Com 398 páginas, considero um livro de fácil leitura e suficientemente dividido para entreter durante uma espera na ante-sala de consultório de dentista ou mesmo em uma ponte aérea. 
      Mas, começando do começo...
    O grande diferencial deste livro de Stephen King está dividido em dois pontos de foco: Introdução e Notas do Cair da Noite.
     Na Introdução, o autor oferece uma nova história, sobre como os contos foram reunidos nesta coletânea e como o projeto do livro em si, ganhou força junto a sua editora.
    Eu, como leitor, gosto de imaginar o que o autor valoriza, nas etapas que compõem a construção de sua obra. Desde o conceber e delinear dos personagens ao organizar da linha temporal de acontecimentos, o controle do processo é fundamental para minimizar ou mesmo evitar problemas de incoerência ou descontinuidade. 
      Nas Notas do Cair da Noite veio a grande sacada.
     No final do livro, o autor explica como veio a ideia para escrever cada um dos contos. É uma joia para quem busca compreender o dito processo criativo. Mas o que encontrei, lendo as notas, foi o cotidiano nu e cru, fornecendo estímulos em nível comum. Desta forma, há uma valorização da mente criativa do autor. 
     Para os fãs de Stephen King, este é um livro que pode desagradar. Como os temas dos contos possuem muita diversificação, será difícil agradar a todos todo o tempo. Eu, que já li vários livros do autor, encontrei dificuldades com alguns dos contos. Principalmente os que não estavam exatamente dentro da linha terror-horror, acabam tendo um ritmo mais lento que, certamente, irá desencorajar alguns leitores a manterem a mente fixa na estória. Desta forma, percebi o livro meio como uma montanha russa do meu interesse.
     Mas, em se tratando de estrutura de narração, o Sr. King continua usando spoilers para prender nossa atenção e jogando com reviravoltas mirabolantes para resolver os coflitos expostos. 
     Uma observação especial vai para o conto N. que considero até agora a estória mais "Lovecraftiana" que Stephen King contou. É extremamente nítida a associação entre o enredo de N. e de Call of Cthulhu ao ponto de causar certa decepção. Muitos podem associar como uma nova leitura do clássico de H.P. Lovecraft. Eu, contaminado pelos mitos de Cthulhu, tive ler de forma resignada para poder extrair do conto, sua essência. Se tratado de forma independente, N. é um grande (extensão e profundidade) conto.
    Ao Cair da Noite realmente funciona como entretenimento. E é ótima opção para as pessoas que preferem estórias curtas. O menor conto (Tarde de Formatura) possui 7 páginas e o maior (N.), 57 páginas.


            
O Bardo cantará  três canções sobre este livro.
     


Nenhum comentário: